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TEMPO EM PIRANGA

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História

Chamou-se primeiramente Guarapiranga, Arraial de Nossa Senhora da Conceição do Guarapiranga, uma referência à devoção à Virgem Maria, trazida ao Brasil pelos portugueses, e ao pássaro Guará, que povoava as margens do Rio Piranga. O povoamento da região teve seu início em 1691 segundo alguns historiadores, e a inauguração da primeira capela em honra à Nossa Senhora da Conceição foi registrada em 8 de dezembro de 1695.

O ano de 1704 é considerado como o ano oficial de fundação do Arraial de Nossa Senhora da Conceição do Guarapiranga, que coincide com a descoberta e lavra do ouro a céu aberto, no Córrego das Almas, que corta o centro da cidade. Assim o Arraial foi crescendo às margens do Córrego e ao redor da Capela de Nossa Senhora da Conceição.

Fato histórico importante na região foi o combate decisivo da Guerra dos Emboabas entre 1708 a 1710, que ocorreu entre as forças paulistas e dos Emboabas, na região da fazenda da Cutia, hoje Santo Antônio do Pirapetinga (Bacalhau). A partir deste combate, com a intervenção do Governador Federal deu-se e a criação das Províncias de São Paulo e Minas Gerais.

Em 16 de fevereiro de 1718, foi erigida a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, uma das cinco primeiras de Minas Gerais.

Em 1721, concedeu se alforria aos escravos oriundos da região do Guiné que marcaram sua posse com o majestoso Jequitibá, em pé, até hoje, ora denominado Jequitibá dos Palmares (a árvore foi plantada pelos escravos alforriados para comemorar e eternizar sua liberdade. Localizada na região do Palmeiras, onde está situado o antigo Quilombo de Santo Antônio do Guiné Piranga, a árvore possui 23m de altura, 6,20m de circunferência e mais de 300 anos. O símbolo de liberdade é imune ao corte por ser protegido pela lei orgânica do município localizado na região do Palmeiras , onde situa o antigo Quilombo de Santo Antônio do Guiné-Piranga).

Com a decadência da exploração das jazidas minerais, a partir de 1750, a região de Guarapiranga transformou-se numa região agrícola, abastecendo as demais regiões auríferas. A região do Guarapiranga foi mais intensamente povoada, a partir de 1753. Em 1758, a Matriz teve sua construção concluída, mas a exuberante obra foi demolida em 1966.

Em 1841, exatamente no dia 1º de Abril, foi realizada a emancipação do município, revogada logo depois, e novamente proclamada em 20 de julho de 1868, pela lei 1537. Em 7 de setembro de 1923, o nome do município de Nossa Senhora da Conceição é reduzido para Piranga, como é atualmente conhecido. Personagens históricos

Muitas são as figuras importantes nascidas em Piranga. Na política, o destaque é Cesário Alvim, primeiro governador de Minas Gerais após a Proclamação da República, que nasceu no distrito de Pinheiros Altos. Foi aqui que também nasceu Francisco Bernardino Rodrigues da Silva, ex-governador do Piauí, que ocupou também o cargo de Diretor Geral do Ministério da Agricultura, no governo Hermes da Fonseca.

No campo das artes, a maior expressão é Mestre Piranga, que tem uma escola de reconhecido valor no barroco mineiro. Outro expoente é o maestro Francisco Aniceto, com muitas de suas obras sendo estudadas hoje na UEMG, UFMG e em outras instituições dedicadas à música.

Piranga sempre foi reconhecida também como celeiro de dedicados pastores e de uma forte religiosidade. Dentre os que se destacam está Monsenhor Messias, grande empreendedor pastoral e administrativo, que se destacou pela edificação de escolas e de seu serviço na Arquidiocese de Belo Horizonte. Outro destaque é Cônego José Renato, professor, reitor do Seminário em Mariana e virtuoso sacerdote que deixou aqui seu exemplo de dedicação e fé. Marco cultural

Um outro aspecto muito significativo em Piranga é sua vida cultural. O município é representado por três guardas de congo, sendo a mais antiga a Guarda de Nossa Senhora do Rosário da Sede, uma das mais antigas em atividade do estado de Minas, fundada em 1758. A cidade também conta com três corporações musicais: Corporação Musical Santa Cecília, de 1875; Corporação Musical Nossa Senhora da Conceição de Pinheiros Altos e Corporação Musical Bom Jesus de Santo Antônio do Pirapetinga. A musicalidade de Piranga também pode ser ouvida com o Coral Cristo Rei, fundado na década de 1940 e o Madrigal Amigos em Seresta, fundado em 1996. A presença negra na formação da história de Piranga é um dado à parte. Deles o município herdou a devoção à Nossa Senhora do Rosário, Santa Efigênia e São Benedito, que até hoje são festejados em uma rica festa que reúne tradição, fé e cultura. São duas as comunidade quilombolas autodefinidas com reconhecimento pela Fundação Palmares e outras três em fase de reconhecimento.

 

Fontes:  PIRANGA.com.br, Por Thiago Dias Neves, Dic. Geográfico e Histórico de MG – Waldemar Barbosa e Arquivo do Conhecimento Cláudio Manuel da Costa

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